Boa
tarde, queridos leitores! Fevereiro tem rendido bastante, isso é ótimo,
principalmente para quem acompanha esse blog desde o início e sabe da
baixíssima frequência dos meus posts.
Esses
dias estive me lembrando de uma professora que tive em 2003, quando cursava o
segundo ano do Ensino Médio. Não foi minha professora preferida e nem aquela de
quem eu tenha ficado mais amiga, porém, foi a que me deixou uma das maiores
lições dos tempos de colégio.
Ela
era bem forte, muitos quilos acima do peso que se convencionou como padrão para
a altura dela. Não era a única e nem a mais gorda do colégio, porém, um dia ela
viu, escrito numa parede da minha sala, o nome dela seguido do adjetivo “gorda”.
Ninguém soube do ocorrido naquele dia, porém, uma semana depois, ela encerrou a
aula uns dez minutos mais cedo e, com a turma toda reunida, disse, mais ou
menos com essas palavras:
“Na
semana passada, enquanto entregava provas, vi, escrito na parede, meu nome
junto ao adjetivo ‘gorda’. Como eu corrijo provas e trabalhos, sei exatamente
quem foi que escreveu. Tudo o que tenho a dizer é: para minha gordura há
solução; para mau-caratismo, não. Eu tenho 39 anos, dois empregos, pago minhas
contas e tenho um marido maravilhoso, mais novo que eu, que ganha bem e ainda
paga parte das minhas contas por mim. Eu estou gorda, mas, na hora em que eu
quiser, emagreço, mas quem escreveu é feio, não pega ninguém, nenhuma menina
gosta, e mesmo assim se acha no direito de querer humilhar os outros.”
Nunca
se soube quem escreveu, mas nunca gostaria de estar na pele do indivíduo quando
ela falou isso.
Corta
para 2012. A fofíssima Julie Lourenço, criança de 4 anos do interior de São
Paulo que fez sucesso no You Tube com seus tutoriais de maquiagem lançou um
vídeo sobre bullying. Ela contava
que, na escola dela, existia um menino que a chamava de gordinha, mas ele era
horrível. Contava, inclusive, que o menino já a havia empurrado simplesmente
por ela ser gordinha, do que ela se defendia dizendo: “Mas eu não sou!”.
Seguia-se, então, uma série de conselhos, dizendo que não adiantava contar aos
pais ou à professora, porque o menino não iria parar. Então, as meninas
precisavam saber o que fazer nessas horas. E aí, vinha a grande pérola, maior
verdade de 2012 na minha vida:
“Você
uma princesa linda, de vestido rosa! E não se esqueçam: além de feios, eles são
burros, e nós somos lindas e superiores! Se a gente é gordinha, a gente pode
emagrecer; e eles que são feios? Vão ter que nascer de novo! HAHAHAHAHAHA!!!!”
Mas,
por que eu juntei exemplos tão distantes no tempo para falar da mesma coisa? É
simples. Soube que tem uma mulherzinha que anda dizendo por aí que eu estou
muito gorda. É certo que não estou mais na magreza sustentada a seis xícaras de
café por dia do início de 2010, que ganhei peso na época em que estava
estudando à noite, mas, daí a dizer que estou muito gorda, ou é miopia extrema
ou inveja que em si não cabe de tão grande.
O
que eu tenho a dizer para essa mulher horrorosa, mutilada e incompleta, é que,
se eu engordei, eu também posso emagrecer, quase com a mesma velocidade. Não
faço isso porque não estou desesperada, sou mais feliz hoje que posso comprar
para comer tudo o que eu gosto, sem passar vontade de nada. Não estou obesa,
mórbida muito menos. Tenho me controlado porque sinto falta da silhueta mais
enxuta, mas sem agonia, sem estresse. É melhor estar assim do que ser igual a
ela, uma bruxa frustrada e amargurada, morta de inveja de tudo e de todos, e
que está se matando, de verdade, cada vez mais.
Comedora
de lixo, relinchadora do inferno! Dobre três vezes essa nojeira que você chama
de língua antes de se referir a mim, principalmente na frente dos outros,
porque eu não sou da sua laia! E aproveito para deixar uma dica: porque você
não aproveita o tempo que gasta falando de mim e querendo saber da minha vida e
tenta nascer de novo? Vai que dá certo?